A Venezuela realiza nesta quarta-feira (12) uma ampla operação militar envolvendo forças aéreas, navais e terrestres em todo o território nacional, em uma demonstração de força descrita pelo governo como uma “mobilização maciça”. O movimento ocorre um dia após a chegada do USS Gerald Ford, o maior porta-aviões do mundo, à América Latina, intensificando as tensões entre Caracas e Washington. O presidente Nicolás Maduro ordenou a ativação total das Forças Armadas e do aparato estatal, pedindo “preparo máximo” para o que chamou de defesa da soberania nacional diante de uma “ameaça imperialista” representada pela presença militar americana no Caribe.
Segundo o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, os exercícios militares fazem parte do “Plano Independência 200”, uma estratégia de defesa que visa preparar a população e as instituições para um possível conflito armado. Maduro sancionou uma nova lei de defesa nacional e reforçou que o país deve estar pronto para uma eventual “luta armada” em caso de agressão estrangeira. As forças bolivarianas mobilizaram tanques, aviões e embarcações em diferentes regiões, enquanto o governo convocou civis a participarem de treinamentos de resistência e táticas de guerrilha urbana, em um cenário de alerta máximo contra possíveis ações militares dos Estados Unidos.
Do outro lado, o envio do USS Gerald Ford à região foi interpretado por analistas como um sinal claro de que o presidente Donald Trump pretende intensificar a pressão militar sobre o regime venezuelano. A justificativa oficial da Casa Branca é combater cartéis de drogas latino-americanos, mas especialistas apontam que a operação tem também um caráter estratégico e político, visando enfraquecer Maduro e ampliar a presença americana no Atlântico Sul. Com capacidade para operar até 90 aeronaves de combate, o porta-aviões representa um aumento expressivo da presença militar dos EUA no Caribe, elevando o risco de um confronto direto entre as duas nações.