Senado aprova projeto para anular tarifas de Trump sobre produtos brasileiros

Economia

O Senado dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que propõe a revogação das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros, como café, petróleo e suco de laranja. A medida, apresentada pelo senador democrata Tim Kaine, da Virgínia, foi aprovada por uma margem estreita — 52 votos a 48 — e reflete a crescente resistência dentro do Partido Republicano à política tarifária do governo. No entanto, o projeto tem poucas chances de avançar, já que ainda precisa ser aprovado pela Câmara, de maioria republicana, e poderia ser vetado por Trump. A iniciativa, segundo Kaine, busca provocar um debate sobre os impactos econômicos das tarifas e destacar as divisões internas sobre a política comercial adotada pela Casa Branca.

O movimento no Congresso ocorre em meio a um momento de reaproximação diplomática entre Brasil e Estados Unidos. No domingo (26), os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva se reuniram por cerca de 45 minutos na Malásia, durante uma cúpula internacional, em um encontro que marcou um avanço nas negociações bilaterais. Os dois líderes concordaram em iniciar um processo formal de discussões comerciais, com foco nos setores mais afetados pelas tarifas impostas desde agosto. Já na segunda-feira (27), representantes dos dois países se reuniram para definir um calendário de encontros técnicos, que deve incluir temas como energia, agroindústria e minerais estratégicos.

Lula afirmou estar disposto a negociar sem restrições, sugerindo inclusive a suspensão temporária das tarifas durante o processo de diálogo, à semelhança do que foi feito em acordos recentes dos EUA com México e Canadá. O governo brasileiro também contestou a justificativa norte-americana para as tarifas, destacando que os Estados Unidos acumularam um superávit comercial de US$ 410 bilhões com o Brasil nos últimos 15 anos. Apesar das incertezas políticas em Washington, o clima entre os dois presidentes foi descrito como cordial, e o setor empresarial de ambos os países classificou as conversas como “um avanço concreto”, com expectativa de que um acordo seja firmado nas próximas semanas.

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