O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou que o Brasil e outros países precisam ser “consertados” para deixar de prejudicar os interesses norte-americanos. Segundo ele, nações como Suíça, Índia e Brasil representam desafios comerciais importantes, já que não estariam reagindo da forma considerada adequada aos Estados Unidos. Lutnick destacou que esses países precisam abrir seus mercados e interromper práticas que, em sua visão, colocam os EUA em desvantagem no comércio internacional.
O secretário citou como exemplo o déficit comercial com a Suíça, que, apesar de ser um país pequeno, mantém um saldo de cerca de US$ 40 bilhões a mais em exportações para os Estados Unidos. Para Lutnick, casos como esse explicam parte das medidas tarifárias determinadas pelo presidente Donald Trump, que, a partir de 1º de outubro, passam a atingir medicamentos, caminhões pesados, móveis e itens domésticos com tarifas que variam entre 25% e 100%. Além do Brasil, que já sofre desde agosto com uma taxa de 50%, países como Austrália, Coreia do Sul e Reino Unido também estão entre os principais afetados pela nova rodada do tarifaço.
As declarações ocorrem em meio a um cenário de tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se encontraram na última terça-feira, durante a Assembleia Geral da ONU, e confirmaram que deverão manter uma reunião bilateral ainda nesta semana para tratar do tema. A relação entre os dois países está estremecida desde julho, quando Trump anunciou o aumento de tarifas sobre produtos brasileiros, e ganhou novos contornos após críticas do presidente americano ao processo judicial contra Jair Bolsonaro. A expectativa é que o encontro entre Lula e Trump seja o primeiro passo em busca de um possível entendimento em meio à disputa tarifária.