Em um novo pacote de tarifas anunciadas por Donald Trump, o governo dos Estados Unidos confirmou a aplicação de uma tarifa de 39% sobre importações da Suíça, que inclui produtos de luxo como relógios, chocolates e queijos, com início previsto para 7 de agosto. Esse percentual supera o valor inicialmente proposto de 31% durante o anúncio de abril, consolidando-se como uma das alíquotas mais elevadas aplicadas a qualquer país parceiro. A medida faz parte da política de tarifas “recíprocas”, responsável por elevar a taxa média dos EUA a 18.3%, a maior desde 1934.
O setor suíço de relojoaria, que depende significativamente do mercado americano, responsável por 16.8% das exportações suíças de relógios em 2024, com cerca de US$ 5.4 bilhões, foi imediatamente afetado. Analistas estimam que os consumidores nos EUA enfrentarão aumentos de até 30% no preço final, com modelos como Rolex e Patek Philippe podendo sofrer desvalorização significativa nas vendas. A empresa Watches of Switzerland viu suas ações caírem cerca de 7–9% após o anúncio, refletindo as dificuldades antecipadas para manter margens e competitividade no mercado americano.
A estratégia tarifária reflete a postura de Washington de proteger sua economia diante de déficits comerciais significativos — a Suíça registrou um saldo positivo com os EUA de cerca de US$ 38.5 bilhões em 2024. Ao usar os poderes da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, os Estados Unidos buscam redefinir regras de comércio internacional e pressionar governos que não oferecem reciprocidade comercial. A expectativa é que essas medidas tragam maior poder de negociação para os país em acordos futuros, mesmo à custa de certos setores estrangeiros.