Um levantamento realizado pela plataforma WalletHub apontou Miami como a cidade mais estressada do estado da Flórida em 2025. A pesquisa analisou 182 municípios dos Estados Unidos, considerando quatro grandes categorias: estresse no trabalho, estresse financeiro, estresse familiar e estresse relacionado à saúde e segurança. Miami aparece na 41ª colocação no ranking nacional, com uma pontuação geral de 47,20, sendo a cidade mais mal posicionada entre todas as avaliadas no estado. Segundo o estudo, o principal fator que impulsiona o alto índice de estresse em Miami é a situação financeira da população: o custo de vida na cidade é elevado, o preço médio dos aluguéis tem aumentado ano após ano, e uma parcela significativa da população vive endividada ou em situação de insegurança habitacional. Isso tem gerado impactos diretos na saúde mental, no planejamento familiar e na qualidade de vida.
Embora Miami não tenha se destacado negativamente nos quesitos relacionados a trabalho e saúde, o estudo revelou que os altos níveis de estresse financeiro e familiar contribuem fortemente para a posição da cidade no ranking. Morar em Miami é, para muitos, financeiramente desafiador: segundo dados do Zillow, o valor médio de um aluguel na cidade ultrapassa os US$ 2.800 por mês, enquanto os salários médios não acompanham essa inflação habitacional. Além disso, a cidade possui altos índices de desigualdade de renda e uma população trabalhadora fortemente impactada por custos como transporte, alimentação e cuidados infantis. Na categoria de estresse familiar, a sobrecarga de pais e mães com múltiplas funções, o acesso restrito a creches acessíveis e o custo elevado de serviços de cuidado pessoal também foram fatores de destaque.
Miami não está sozinha no ranking: outras cidades da Flórida também figuram entre as mais estressadas do país. Jacksonville aparece em 45º lugar (46,87 pontos), com destaque negativo nas áreas de saúde e segurança. Tampa ficou em 80º lugar (44,12 pontos), com a categoria “trabalho” sendo o principal motivo para o posicionamento, enquanto Orlando ficou em 97º (42,57 pontos), sendo “família” o motivo principal. Apesar de nenhuma cidade da Flórida estar entre as 20 mais estressadas dos Estados Unidos, os resultados apontam que há tensões reais relacionadas ao custo de vida e à qualidade dos serviços públicos, que afetam diretamente o bem-estar da população. Especialistas destacam que políticas de habitação acessível, suporte à saúde mental e incentivo à mobilidade social são caminhos urgentes para reduzir esses níveis de estresse urbano nas cidades do estado.
