Maduro ofereceu renúncia em negociação secreta, mas proposta foi rejeitada pelos EUA

Política

As negociações informais entre Washington e Caracas revelaram uma proposta surpreendente do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que teria oferecido renunciar ao cargo após um mandato adicional de dois anos em troca de uma transição negociada. Segundo reportagem do The New York Times, a iniciativa surgiu durante conversas secretas autorizadas pelo presidente Donald Trump, que permitiu à CIA ampliar operações na Venezuela e restabelecer canais de comunicação para avaliar possíveis acordos. A Casa Branca, porém, rejeitou a oferta, classificando como inaceitável qualquer plano que adiasse a saída imediata de Maduro, mesmo diante da promessa venezuelana de facilitar o acesso de empresas americanas às reservas petrolíferas do país.

Paralelamente às tratativas discretas, os EUA intensificaram ações de pressão política e militar sobre Caracas. Relatos indicam que o Pentágono avalia ataques contra unidades militares próximas ao governo venezuelano, enquanto operações classificadas continuam em andamento. As ações somam-se a uma campanha antidrogas que já resultou em 21 ataques a embarcações suspeitas no Caribe e no Pacífico, deixando mais de 80 mortos. Em meio à escalada, Trump manteve reuniões na Casa Branca para discutir cenários e instruir sua equipe sobre possíveis próximos passos, numa estratégia que combina diplomacia informal, dissuasão militar e guerra de informação.

Diante do aumento das tensões, Maduro tenta adotar um tom mais conciliador em público. Em transmissões televisivas, passou a se dirigir a Trump em inglês, pedindo “dialogue” e enfatizando mensagens de paz. Durante um comício recente, chegou a cantar “Imagine”, de John Lennon, em gesto simbólico contra a crescente presença militar dos EUA no Caribe, que agora inclui o porta-aviões USS Gerald Ford e unidades de operações especiais. Enquanto Washington lança novas operações, como a missão “Lança do Sul” anunciada pelo secretário de Guerra Pete Hegseth, Caracas insiste que está disposta ao diálogo, mas as chances de um entendimento permanecem incertas em meio a pressões militares, acusações de narcoterrorismo e denúncias de violações humanitárias em ambas as narrativas.

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