Maduro aposta em táticas de sabotagem e caos urbano como defesa contra possível ataque dos EUA

Segurança

Documentos do governo venezuelano obtidos pela Reuters indicam que o regime de Nicolás Maduro está articulando planos de resistência no estilo guerrilheiro e de “anarquização” das ruas caso haja um ataque aéreo ou terrestre dos Estados Unidos. As diretrizes previstas contemplam a dispersão de unidades militares, o uso estratégico de armamentos antigos, incluindo equipamentos russos com décadas de uso, e a realização de ações de sabotagem por pequenas células em mais de 280 pontos do país. Fontes consultadas pela agência afirmam que trechos desses planos foram anunciados em transmissões estatais sob a expressão “resistência prolongada”.

As próprias avaliações internas reconhecem a fragilidade das forças venezuelanas frente a um confronto convencional com os EUA. Documentos apontam para carência de pessoal treinado, salários baixos, equipamentos deteriorados e dificuldades logísticas a ponto de alguns comandantes terem negociado suprimentos alimentares com produtores locais para manter suas tropas. Em razão dessa limitação, as autoridades teriam instruído tropas a se dispersarem e a adotar táticas assimétricas, admitindo que o país “não duraria nem duas horas” em um conflito convencional.

Além da resposta militar de guerrilha, o plano governamental prevê ainda a chamada “anarquização”: uma mobilização de agentes de inteligência, milícias e apoiadores armados do partido no objetivo de gerar desordem urbana e dificultar a ocupação ou governança por forças estrangeiras. Fontes citam estimativas de participação entre 5 mil e 7 mil pessoas em ações de anarquização, enquanto cerca de 60 mil membros das Forças Armadas e da Guarda Nacional poderiam ser mobilizados para a resistência mais ampla. O Ministério da Comunicação venezuelano não comentou as reportagens, e autoridades estatais, por sua vez, minimizaram publicamente a ameaça de intervenção externa enquanto reforçam o discurso de mobilização popular.

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