O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira que os Estados Unidos demonstraram abertura para negociar o chamado “tarifaço” de 50% sobre produtos brasileiros, previsto para entrar em vigor em 1º de agosto. Haddad disse que “não estamos muito fixados na data” e que sinais recebidos do governo americano indicam uma maior sensibilidade à posição brasileira. Empresários também relataram haver maior receptividade por parte das autoridades dos EUA ao diálogo, ainda que não exista confirmação sobre avanços concretos.
O Brasil, segundo Haddad, nunca abandonou a mesa de negociações e continua mantendo canais abertos com autoridades americanas. O vice-presidente Geraldo Alckmin já teve ao menos três conversas com o secretário de Comércio dos EUA nas últimas semanas. A expectativa, conforme o ministro, é de que uma resposta sobre as cartas enviadas desde maio seja recebida em breve, viabilizando um entendimento mesmo após a data-limite. Ele descartou a adoção de uma postura submissa, defendendo que o país precisa dialogar de maneira digna e respeitosa na mesa de negociação.
Ao mesmo tempo, o governo brasileiro prepara um plano de contingência para mitigar os impactos da sobretaxa, incluindo linhas de crédito emergenciais e medidas de proteção ao emprego em parceria com os ministérios da Fazenda, da Indústria e de Relações Exteriores. Haddad reafirmou que o presidente Lula avalia os cenários com tranquilidade e que a decisão sobre eventual implementação das ações caberá ao chefe do Executivo, mantendo o Brasil sempre “na mesa de negociação” com firmeza e pragmatismo.