O governo está reavaliando o papel da SpaceX no projeto “Golden Dome” — um ambicioso sistema de defesa antimísseis estimado em US$ 175 bilhões — após desentendimentos recentes entre Donald Trump e Elon Musk. O Pentágono já estava preocupado com a forte dependência de uma única empresa para componentes-chave do sistema, que depende de uma rede de satélites para detectar e interceptar mísseis balísticos, hipersônicos e de cruzeiro. Embora a SpaceX ainda seja vista como uma candidata forte, o governo está considerando outras empresas para reforçar a segurança e a concorrência no processo.
Entre as alternativas avaliadas está o Project Kuiper, de Jeff Bezos, que conta com uma constelação projetada de 3 mil satélites em órbita terrestre baixa. Apesar de menos avançado que o Starlink, da SpaceX, o Kuiper foi formalmente abordado pelo Pentágono. Além disso, empresas tradicionais de defesa como Northrop Grumman, Lockheed Martin e L3Harris estão disputando contratos, especialmente para componentes como sensores, interceptadores espaciais e sistemas de controle. Startups de tecnologia espacial, como Rocket Lab e Stoke Space, também fazem parte da lista inicial de concorrentes.
O “Domo de Ouro” foi anunciado por Trump em janeiro inspirado no sistema israelense “Domo de Ferro”, mas com escala global e ambição de interceptar ameaças desde o espaço. Liderado pelo General Michael Guetlein da Space Force, que assumiu em julho com orçamento inicial de US$ 13 bilhões, o plano prevê interceptores tanto em satélites quanto em plataformas terrestres. A inclusão de novos parceiros não é apenas uma resposta ao rompimento com Musk, mas também uma estratégia para garantir redundância operacional, acelerar cronogramas e conter o risco tecnológico e geopolítico de depender de uma única fonte.