Nove ex-diretores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a principal agência de saúde dos Estados Unidos, emitiram um alerta contra o secretário da Saúde Robert F. Kennedy Jr. Os especialistas acusaram Kennedy de colocar em risco a saúde de toda a população americana ao promover políticas consideradas anticientíficas, como o enfraquecimento de programas de vacinação e a demissão de profissionais que se recusam a apoiar suas diretrizes. A manifestação ocorre poucos dias após a exoneração da diretora Susan Monarez, que deixou o cargo por não aceitar se alinhar a mudanças impostas pelo secretário.
A saída de Monarez provocou um efeito dominó no CDC, com a renúncia de outros quatro altos funcionários, que denunciaram tentativas de politização da saúde pública nos EUA. Para os ex-diretores, o episódio representa um ataque sem precedentes à independência da agência, que historicamente serviu a diferentes governos, democratas e republicanos, desde a administração de Jimmy Carter. Eles destacaram que, além de enfraquecer políticas de prevenção contra câncer e doenças cardiovasculares, Kennedy Jr. teria priorizado “tratamentos não comprovados” durante o maior surto de sarampo em décadas, ao mesmo tempo em que minimizava a importância das vacinas.
Os ex-dirigentes classificaram a situação como um “caos” que ameaça a credibilidade do sistema de saúde do país em meio a crescentes desafios sanitários. Também criticaram uma proposta defendida por Kennedy Jr. que pode deixar milhares de americanos sem cobertura médica, medida vista como um retrocesso social. Para eles, a combinação de cortes em equipes, perseguição a especialistas e medidas que ignoram evidências científicas deve soar como um alarme para toda a sociedade americana, independentemente de orientação política.