Durante o aquecimento do All-Star Game da WNBA, todas as jogadoras vestiram camisetas pretas com a frase “Pay Us What You Owe Us” (Pague O Que Nos Deve) – um recado direto à liga sobre a negociação do novo Acordo Coletivo de Trabalho (CBA), que expira em 31 de outubro. A ação ocorreu logo após uma rodada de reuniões nessa quinta-feira, onde as negociações não avançaram, aumentando o risco de paralisações se não houver progresso até o prazo final.
A mobilização ganhou força quando o estádio em Indianápolis, com público de mais de 16 mil pessoas, começou a gritar “paguem elas!” enquanto Napheesa Collier recebia o prêmio de MVP. A ala de Los Angeles, Kelsey Plum, ressaltou a surpresa positiva com o apoio espontâneo da torcida e reforçou que a união das atletas e fãs mostra a força do movimento. A presidente da WNBPA, Nneka Ogwumike, comentou que as jogadoras não pedem salários iguais aos da NBA, mas sim uma parte justa da receita gerada, proporcional ao crescimento da liga.
O protesto ocorre em um momento de expansão explosiva da liga: o valor dos direitos de TV ultrapassará US$ 2,2 bilhões a partir de 2026, cinco novas franquias estão previstas, e a receita anual chegou a US$ 180–200 milhões — embora o lucro ainda não tenha sido alcançado, já que as perdas somam cerca de US$ 40–50 milhões em 2024. O impasse salarial reflete divergências entre a liga, que pode preferir uma porcentagem fixa, e o sindicato, que quer ganhos escalonados com o crescimento econômico. A expectativa é que o protesto reforce a pressão pública por um acordo justo antes do prazo de outubro, evitando consequências negativas como paralisação da temporada.