O governo de Donald Trump estaria avaliando realizar bombardeios contra alvos militares na Venezuela, sob a justificativa de combater o narcotráfico. Segundo o The Wall Street Journal, o Exército dos Estados Unidos já identificou portos, bases navais e aeroportos supostamente usados para o tráfico de drogas, embora ainda não haja uma decisão final do presidente americano sobre o ataque. Caso a ofensiva seja aprovada, representará uma escalada sem precedentes na tensão entre Washington e Caracas, reforçando a pressão de Trump para que Nicolás Maduro deixe o poder.
As informações também foram reforçadas pelo Miami Herald, que apontou que a decisão de atacar já estaria tomada e poderia ocorrer a qualquer momento. O governo americano acusa Maduro de chefiar o chamado “Cartel de Los Soles” e dobrou a recompensa por sua captura para US$ 50 milhões. Em resposta, a Venezuela vem reforçando sua defesa costeira e realizou recentemente exercícios militares para se preparar contra possíveis “operações encobertas” dos Estados Unidos. Maduro afirma que os norte-americanos estão “inventando uma guerra” para justificar uma intervenção e acusa Trump de querer se apoderar das enormes reservas de petróleo venezuelanas, as maiores do mundo.
Diante do risco de conflito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se ofereceu para atuar como mediador entre os dois países. Durante encontro com Trump em Kuala Lumpur, o brasileiro destacou que a América do Sul é uma região de paz e defendeu o diálogo como alternativa à guerra. Lula afirmou que combater o narcotráfico não pode servir de pretexto para invadir nações soberanas e sugeriu que os Estados Unidos cooperem com as autoridades locais, em vez de recorrer à força militar. “Se cada país começar a agir por conta própria, o mundo se tornará uma terra sem lei”, alertou o presidente brasileiro, reforçando o papel histórico do Brasil como defensor da diplomacia e da soberania internacional.