Escola na Flórida aposta em IA para personalizar ensino e reduzir carga horária

Educação

A Alpha School, rede de escolas baseada em inteligência artificial, vem chamando atenção nos Estados Unidos por substituir professores tradicionais por programas digitais que personalizam o ensino de cada aluno. Nesse modelo, não há divisão de séries por idade, mas sim por nível de habilidade, e as disciplinas básicas, como matemática e ciências, ocupam apenas duas horas diárias. O restante do dia é preenchido por atividades de socialização e oficinas voltadas para “aprendizados da vida”, como oratória, finanças pessoais e trabalho em equipe.

O colégio conta com guias de aprendizagem no lugar de professores. Esses profissionais não são responsáveis por ministrar conteúdos, mas por motivar, acompanhar relatórios da IA e organizar atividades práticas. Segundo a instituição, os guias são selecionados pela formação em áreas como tecnologia e startups, sem necessidade de licenciatura em disciplinas específicas. A escola defende que, ao reduzir a carga horária tradicional, consegue acelerar o aprendizado acadêmico ao mesmo tempo em que desenvolve competências sociais e emocionais.

O modelo, no entanto, não escapa de críticas. Especialistas questionam os riscos do excesso de telas, a dependência de recompensas para manter os alunos engajados e a falta de professores formados. Há também dúvidas sobre os impactos na concentração, no pensamento crítico e na diversidade da educação oferecida. Além disso, o custo é elevado: estudar em uma unidade da Alpha School, presente na Flórida, Texas, Arizona e Califórnia, com expansão prevista para Nova York, pode ultrapassar US$ 40 mil por ano, valor que restringe o acesso a um público altamente seleto.

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