O jornalista americano Michael Shellenberger divulgou um “dossiê” nesta segunda‑feira, acusando o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de liderar uma operação paralela para prender manifestantes pró-Bolsonaro envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Segundo o material, Moraes teria criado uma força‑tarefa interna e implementado um protocolo investigativo que monitorava perfis em redes sociais, com o objetivo de justificar prisões, e até teria organizado comunicação via grupo de WhatsApp entre servidores do STF e do TSE.
O dossiê também inclui prints de mensagens atribuídas à chefe de gabinete de Moraes, Cristina Yukiko Kusahara, e ao ex-assessor Eduardo Tagliaferro, indicando que Moraes teria resistido a ordens da Procuradoria-Geral da República que recomendavam liberdade provisória para presos preventivos, até analisar o histórico digital dos envolvidos. A publicação sugere uso de poder institucional excedido e questiona eventual atuação simultânea de Moraes em funções no STF e no TSE, o que levantaria dúvidas sobre limites legais e concentração de poder.
Até o momento, as informações divulgadas não foram oficialmente confirmadas pelas autoridades brasileiras. O Supremo Tribunal Federal não se pronunciou publicamente sobre as mensagens atribuídas a assessores de Moraes nem sobre a suposta estrutura de monitoramento e comunicação paralela. A autenticidade dos documentos segue sob questionamento, enquanto cresce a pressão por esclarecimentos institucionais e abertura de investigações para apurar eventuais abusos no processo judicial relacionado aos atos de 8 de janeiro.
