O dólar encerrou esta terça-feira (11) em queda de 0,64%, cotado a R$ 5,27, o menor valor desde junho de 2024. A valorização do real foi impulsionada pela ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e pelo IPCA de outubro, que veio abaixo das expectativas do mercado. O cenário de inflação controlada e câmbio valorizado reforçou o otimismo dos investidores, aumentando as projeções de corte da taxa Selic em 2026. Em contrapartida, o Ibovespa subiu 1,58%, alcançando 157.691 pontos e se aproximando de seu 12º recorde consecutivo, refletindo a confiança renovada do mercado doméstico.
A ata do Copom destacou que o Banco Central tem “maior convicção” de que a Selic em 15% ao ano é suficiente para garantir a convergência da inflação à meta, mesmo diante de uma economia ainda aquecida. O documento também ressaltou a melhora nas expectativas inflacionárias, influenciada pela queda das commodities e pela apreciação do real. Já o IPCA de outubro, divulgado pelo IBGE, avançou apenas 0,09%, a menor variação para o mês em 27 anos, levando a inflação acumulada em 12 meses a 4,68%. A desaceleração foi puxada principalmente pela redução de 2,39% na energia elétrica residencial, efeito da mudança na bandeira tarifária, que diminuiu o custo nas contas de luz.
No cenário externo, os investidores acompanharam de perto os desdobramentos do shutdown nos Estados Unidos, que chegou ao 42º dia, mas pode estar próximo do fim após a aprovação de uma medida provisória no Senado. O presidente Donald Trump declarou apoio à proposta, aumentando as chances de retomada das atividades federais. Enquanto isso, os principais índices de Wall Street operaram de forma mista, com pressão sobre o setor de tecnologia e expectativa pelo desfecho político. Na Europa, as bolsas fecharam em alta, e o FTSE 100 de Londres atingiu novo recorde, em meio ao otimismo global e à perspectiva de estabilidade fiscal norte-americana.