O dólar fechou nesta quinta-feira em R$ 5,40 sendo o menor valor registrado para a moeda americana desde 24 de junho de 2024, refletindo uma trajetória de desvalorização consistente ao longo de 2025. No acumulado do ano, o dólar já recua 12,53% frente ao real. A forte entrada de capital estrangeiro no mercado brasileiro, especialmente para renda fixa e ações, tem sido um dos principais fatores sobre o câmbio. Investidores internacionais buscam ativos que ofereçam retorno elevado em meio a um cenário global de juros elevados e incertezas quanto à trajetória da economia norte-americana.
Nos Estados Unidos, a divulgação do relatório ADP, que mede a criação de empregos no setor privado, apontou a geração de 150 mil vagas em junho, superando as expectativas do mercado, que projetava cerca de 110 mil. Além disso, os dados oficiais de emprego divulgados pelo Bureau of Labor Statistics, mostraram um crescimento de 147 mil vagas no setor não agrícola e uma leve queda na taxa de desemprego, de 4,3% para 4,1%. Esses números reforçam a leitura de que a economia norte-americana permanece resiliente, apesar das pressões inflacionárias e do ciclo prolongado de juros altos promovido pela Reserva Federal.
A valorização do real também tem sido sustentada por fatores internos. A taxa básica de juros (Selic), mantida em níveis elevados pelo Banco Central, aumenta a atratividade dos títulos brasileiros para investidores globais. Além disso, as expectativas mais positivas sobre o controle fiscal, as reformas econômicas e a redução gradual da inflação têm contribuído para uma percepção de menor risco. Mesmo com a liquidez reduzida nos mercados globais por conta do feriado de 4 de Julho nos Estados Unidos, o Brasil se manteve como destino relevante de capitais em busca de rentabilidade. O cenário indica que, enquanto o diferencial de juros for favorável e a política monetária brasileira se mantiver firme, o real poderá continuar ganhando força no curto e médio prazo.