Dólar cai para R$ 5,46 mesmo com tarifas dos Estados Unidos contra o Brasil

Economia

O dólar fechou em queda nesta quarta-feira, cotado a R$ 5,46, mesmo com a entrada em vigor das novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos contra o Brasil. A desvalorização da moeda americana foi puxada pelas expectativas do mercado de que o Federal Reserve (o banco central dos EUA) corte os juros em breve, possivelmente já na próxima reunião de setembro. Dados divulgados nesta semana mostram uma desaceleração no mercado de trabalho americano, o que reforça o cenário de que a economia dos EUA pode estar perdendo força — aumentando as chances de uma política monetária mais branda.

Apesar das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros impostas pelo governo Trump, o impacto imediato no câmbio foi contido. Isso porque os investidores globais focaram mais nas perspectivas de queda dos juros nos Estados Unidos, o que reduz a atratividade do dólar em relação a moedas de países emergentes, como o real. Com juros mais baixos lá fora, o capital tende a buscar retornos em mercados como o Brasil, onde as taxas ainda estão altas, o que fortalece a moeda brasileira. Ou seja, mesmo diante de uma medida considerada hostil contra a economia brasileira, o ambiente internacional acabou favorecendo a valorização do real.

No Brasil, o governo acompanha de perto o cenário. O Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 15% e indicou cautela em futuras decisões. Já o Ministério da Fazenda avalia que a queda do dólar, mesmo com as tarifas, mostra que o mercado está reagindo mais às expectativas externas do que a decisões políticas pontuais. Especialistas apontam que, se os juros realmente caírem nos EUA, o Brasil poderá ter espaço para reduzir sua própria taxa no futuro sem prejudicar o controle da inflação. Isso também pode amenizar os efeitos negativos que as tarifas americanas possam gerar sobre o comércio brasileiro.

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