A UnitedHealth Group confirmou que está sob investigação criminal e civil conduzida pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), envolvendo sua participação no programa Medicare Advantage. Em comunicado oficial, a empresa afirmou ter contactado proativamente o DOJ após reportagens detalharem práticas de codificação de diagnósticos com objetivo de obter pagamentos mais altos, e relatou que já iniciou a cooperação com solicitações formais da autoridade federal.
As apurações giram em torno de alegações de que a UnitedHealth teria pressionado médicos e enfermeiros a registrar diagnósticos específicos como diabetes, hipertensão periférica ou hiperaldosteronismo secundário mesmo sem confirmação clínica ou tratamento correspondente, para inflar os valores recebidos via Medicare Advantage. Estima-se que entre 2019 e 2021, os diagnósticos adicionados sem evidência médica tenham gerado US$ 8,7 bilhões adicionais à empresa, cerca de metade do lucro líquido anual naqueles anos. Essas práticas envolvem visitas domiciliares conduzidas pela unidade HouseCalls, que usaria software para sugerir diagnósticos rentáveis, e bonificações estariam atreladas à codificação de riscos.
Em resposta à pressão crescente, a companhia garantiu confiança em seus processos, destacando que auditorias do CMS (Centros de Medicare e Medicaid) teriam validado a conformidade operacional e que um processo judicial civil concluído há uma década não encontrou evidências de má conduta. Foram anunciadas auditorias independentes para revisar rotinas de codificação, práticas de gestão assistencial e serviços de farmácia. Entretanto, os impactos financeiros já são visíveis: no ano, as ações caíram até 55 %, e a empresa passou a ser o pior desempenho entre as ações do Dow Jones, refletindo preocupações sobre cobranças abusivas e governança interna.