O governo dos Estados Unidos, por meio do Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, criticou duramente o ministro Alexandre de Moraes após a decisão que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em publicação oficial na rede X, a gestão de Donald Trump classificou Moraes como “violador de direitos humanos” e acusou o magistrado de usar as instituições brasileiras para “silenciar a oposição e ameaçar a democracia”. O comunicado também afirmou que os EUA responsabilizarão qualquer autoridade que colabore com o que chamaram de “condutas sancionadas”, exigindo ainda que Bolsonaro tenha liberdade para se manifestar publicamente.
A reação norte-americana veio na esteira das sanções impostas a Moraes com base na Lei Magnitsky, que permite aos EUA punir estrangeiros envolvidos em graves violações de direitos humanos. Moraes teve seus bens bloqueados nos Estados Unidos, teve o visto revogado e passou a ser alvo de restrições comerciais. A legislação também proíbe que empresas ou cidadãos norte-americanos mantenham relações com ele, sob risco de punições severas, o que especialistas chamam de “pena de morte financeira”.
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi determinada após Moraes considerar que o ex-presidente desrespeitou medidas cautelares anteriormente impostas, incluindo a proibição de uso de redes sociais. Segundo o STF, Bolsonaro teria utilizado as contas de terceiros, incluindo seu filho Flávio Bolsonaro, para divulgar conteúdos com ataques ao Supremo e apoio à intervenção estrangeira. A defesa de Bolsonaro, no entanto, contesta as acusações e afirma que o ex-presidente tem cumprido rigorosamente todas as determinações judiciais.