Durante o voo rumo ao Japão, o presidente Donald Trump comentou pela primeira vez o encontro que teve com Lula na Malásia, classificando a conversa como “muito boa”. Segundo o republicano, o Brasil demonstrou interesse em fechar um acordo para reduzir as tarifas de 50% impostas às exportações brasileiras, embora tenha evitado confirmar se um entendimento será alcançado em breve. “Eles gostariam de fechar um acordo. Vamos ver. Agora estão pagando 50%, mas tivemos uma ótima reunião”, disse Trump. O presidente americano também aproveitou a ocasião para parabenizar Lula, que completou 80 anos no mesmo dia, elogiando sua “energia e vigor” durante o diálogo.
Lula, por sua vez, mostrou otimismo em relação às negociações, afirmando que acredita em um acordo com os Estados Unidos nos próximos dias. Em entrevista coletiva concedida após o encontro, o presidente brasileiro ressaltou que a conversa com Trump foi produtiva e franca, e confirmou que ambos decidiram manter as discussões políticas restritas apenas aos dois líderes. Segundo Lula, as equipes técnicas de ambos os países se concentrarão exclusivamente nas questões econômicas e comerciais ligadas às tarifas. O petista também reafirmou, durante a reunião, que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro seguiu o devido processo legal e classificou como “inadmissível” a aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras.
Na manhã seguinte, os negociadores dos dois países se reuniram em Kuala Lumpur, sob orientação direta de Lula e Trump, para discutir o chamado “tarifaço”. Participaram do encontro o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, além do representante de Comércio da Casa Branca, Jamieson Greer. Embora o primeiro encontro não tenha resultado em um acordo imediato, as duas delegações concordaram em estabelecer um cronograma de reuniões com a expectativa de concluir as tratativas em poucas semanas. Lula ainda solicitou a suspensão temporária das tarifas enquanto as negociações prosseguem, reforçando a disposição do Brasil em avançar rumo a um entendimento comercial equilibrado e benéfico para ambos os países.