Após negociações com Brasília, EUA reduzem tarifas sobre café e carne do Brasil

Economia

Os Estados Unidos anunciaram a redução das tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios, incluindo itens relevantes para o Brasil, como café, carne, açaí e manga. Para os exportadores brasileiros, as taxas caíram de 50% para 40%, após confusão inicial sobre o alcance da medida. O Ministério da Agricultura esclareceu que a ordem executiva afeta apenas as chamadas taxas de reciprocidade que, no caso do Brasil, representaram um adicional de 10%. A tarifa extra de 40%, anunciada em julho, permanece em vigor.

A decisão ocorre em meio a intensas articulações entre Brasília e Washington para flexibilizar o chamado “tarifaço”. Nas últimas semanas, o tema ganhou impulso com as tratativas entre autoridades dos dois países, culminando em encontros entre o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. O governo brasileiro aguardava uma resposta sobre um “mapa do caminho” para guiar negociações bilaterais, especialmente diante da expectativa do setor agropecuário de que tarifas, como as aplicadas ao café, fossem zeradas. No entanto, Trump afirmou que não prevê novos cortes, apesar de reconhecer a pressão de preços elevados no mercado americano.

A medida tem forte impacto econômico, já que o Brasil é o principal fornecedor de café aos EUA e um dos maiores exportadores de carne. A escalada dos preços desses produtos aumenta a pressão inflacionária sobre o governo americano, que recentemente abriu investigações sobre frigoríficos que operam no país. A redução tarifária foi celebrada por entidades brasileiras do agronegócio, como a Abiec e a Abrafrutas, que consideraram a decisão um avanço, embora setores ainda manifestem preocupação com itens não contemplados, como a uva.

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