A indústria do suco de laranja nos Estados Unidos enfrenta um declínio profundo. O consumo da bebida caiu pela metade nos últimos 20 anos, à medida que pesquisas médicas destacam seu alto teor de açúcar, comparável ao de refrigerantes, o que contribui para obesidade e diabetes. Ao mesmo tempo, a pandemia de crises climáticas, com furacões intensos, e a disseminação da temida doença chamada citrus greening (HuangLongBing) destruíram plantações e reduziram em 92% a produção de laranja na Flórida desde 2005.
O governo americano anunciou uma mudança na definição legal de “suco de laranja”: a exigência mínima de sólidos dissolvidos, que refletem a doçura natural, passou de 10,5% para 10%. Essa adaptação foi impulsionada pelas dificuldades dos produtores da Flórida em atender aos requisitos anteriores, devido à série de desafios que comprometeu a qualidade do fruto. A mudança oferece mais flexibilidade à indústria, mantendo o caráter essencial do produto, mas aliviando a pressão sobre os agricultores locais.
O cenário que se observa reflete não apenas o enfraquecimento de um ícone do café da manhã americano, mas também uma transformação do setor alimentar diante de realidades econômicas, sanitárias e ambientais. O suco de laranja, antes símbolo de saúde e vigor, agora se tornou um retrato dos desafios modernos: inflação, doenças agrícolas e mudanças climáticas.
