O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “inaceitável”, “arbitrária” e “sem fundamento” a decisão dos Estados Unidos, anunciada pelo secretário de Estado Marco Rubio, de revogar os vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal, entre eles Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, além de familiares e aliados próximos. Para Lula, a medida constitui uma violação direta à soberania nacional e aos princípios do respeito intergovernamental.
Em nota oficial, Lula ressaltou que “a interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações” e afirmou que “nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais”.
A crise ocorre em meio a um agravamento nas relações entre Brasil e Estados Unidos desde o retorno de Donald Trump à presidência americana. Além das revogações de vistos, o governo norte-americano anunciou tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros e tem feito declarações críticas à atuação do STF no julgamento de Jair Bolsonaro. A Casa Branca, pressionada por parlamentares conservadores, acusou os ministros brasileiros de promoverem uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente. Lula, por sua vez, afirmou que o Brasil está disposto a dialogar, mas não aceitará retaliações políticas como forma de pressão.