O governo brasileiro, por meio do Itamaraty e do vice-presidente Geraldo Alckmin, enviou uma carta às autoridades dos Estados Unidos expressando “indignação” pela tarifa de 50% imposta a produtos brasileiros, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto de 2025. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, estava vinculada à insatisfação com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e uma suposta restrição à liberdade de expressão no Brasil. Em paralelo, Alckmin anunciou estar empenhado em negociar com Washington para reverter o aumento, ressaltando que o Brasil já enviou uma carta há dois meses sem resposta até agora.
Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que vai recorrer à Lei da Reciprocidade Econômica, atualmente em tramitação no Congresso, para responder com contramedidas caso a tarifa realmente seja implementada. Lula chegou a questionar a legitimidade do aumento, chamando-o de “desaforo” e afirmando que o Brasil está pronto para acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC), se necessário. O clima diplomático permanece tenso e bilateral, com Brasília aguardando uma posição oficial de Washington para avançar com o diálogo.
Enquanto isso, lideranças do setor produtivo brasileiro demonstram preocupação com o impacto do aumento tarifário, que pode prejudicar exportações de bens como suco de laranja, carnes e commodities agrícolas — mercados estratégicos para o agronegócio nacional. O governo enfatiza a importância de uma solução rápida e equilibrada, destacando que a tarifa pode ser “negociável” até o início de agosto, prazo em que medidas diplomáticas e econômicas poderão ser revistas para evitar um desdobramento em guerra comercial.