Ovidio Guzmán López, também conhecido como “El Ratón”, de 35 anos e filho do ex‑traficante Joaquín “El Chapo” Guzmán, declarou‑se culpado perante a Corte Federal de Chicago por quatro acusações relacionadas ao tráfico de drogas, incluindo conspiração para distribuição de entorpecentes e participação em organização criminosa contínua. A confissão faz parte de um acordo judicial com o Departamento de Justiça dos EUA, no qual Guzmán admite ter coordenado o envio de grandes volumes de cocaína, heroína e fentanil aos Estados Unidos, operando rotas de tráfico por veículos, túneis, aeronaves e outros métodos, além de participar de lavagem de dinheiro e uso de violência para proteger as operações do Cartel de Sinaloa.
Como parte do acordo, Guzmán López comprometeu-se a colaborar com as autoridades americanas, fornecendo informações sobre o cartel e possivelmente testemunhando contra outros membros, incluindo seus irmãos, em troca de redução da pena, que pode variar de 10 anos até prisão perpétua. Também concordou com a confiscação de US$ 80 milhões, correspondentes aos lucros ilícitos derivados de suas atividades criminosas.
A reação do governo do México foi imediata: a presidente Claudia Sheinbaum criticou o acordo, considerando-o contraditório com a classificação dos cartéis como organizações terroristas pelos EUA. Especialistas afirmam que a colaboração de Guzmán representa uma vitória legal significativa para o combate ao tráfico de opioides sintéticos, especialmente o fentanil, e pode contribuir para desmantelar redes internacionais do Cartel de Sinaloa.